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DE PASSAGEM – cineasta italiano Carlo Lizzani, aos 91 anos

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O premiado cineasta italiano Carlo Lizzani faleceu nesse último sábado, 5 de outubro, após uma queda do terceiro andar de sua casa, em Roma. Segundo nota à imprensa, as autoridades estão a investigar a causa do acidente

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Mais uma vez se foi um grande cineasta que contribuiu imensamente para o cinema mundial. Carlo Lizzani nasceu em 3 de abril de 1922, foi uma das mais importantes figuras do neorrealismo italiano, tendo contribuído em vários filmes da vertente. Colaborou com muitos cineastas europeus de renome, como Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard, Marco Bellocchio, Bernardo Bertolucci e Pier Paolo Pasolini.

Antes de começar a carreira de roteirista e cineasta, Lizzani foi crítico de cinema. Em Alemanha, Ano Zero (1948), de Roberto Rossellini, ajudou na criação do diálogo do filme. Em 1949, escreveu o roteiro do drama pós-guerra Arroz Amargo, de Giuseppe De Santis, filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original no ano de 1951, disputando ao lado de grandes como Elia Kazan, John Ford e Henry King.

Confira o trailer de Alemanha, Ano Zero, de Roberto Rosselini.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Em 1954, o italiano disparou no cinema de arte da época com seu filme Os Amantes de Florença, sendo indicado a duas categorias num dos até hoje mais aclamados festivais do mundo, o Festival de Cannes, levando o prêmio Internacional do Júri. Típico neorrealista com sua particularidades e inovações, narra um romance durante a ditadura fascista na Itália.

Após um longo tempo sem filmar, no final da década de 60, fez Lutring Acorda e Mata (1966), premiado com o David di Donatello, o Oscar italiano de 1967 pela atuação de Lisa Gastoni, os faroestes Réquiem Para Matar (1967) e Sangue nas Montanhas (1966), e em 1968, Os Bandidos de Milão, que foi novamente premiado com o David Di Donatello de melhor direção e o Globo de Ouro Italiano por melhor filme. Esse último é estrelado pelo famoso ator de faroestes, Gian Maria Volonté, e narra a corrida de um detetive atrás dos capangas que assaltaram quatro bancos na cidade.

Dirigiu uma biografia do fascista Benito Mussolini em 1974 intitulada Mussolini – Ascensão e Glória de um Ditador. No final da década, Lizzani dirigiu o Festival de Veneza, nas edições de 1979 até 1982; em 1994, foi presidente do júri do Festival de Berlim e até hoje é eternamente lembrado pelo grande trabalho que fez contribuindo para o crescimento do festival e para a arte cinematográfica.

Confira cena de Mussolini – Ascensão e Glória de um Ditador.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Paulo Baratta, o atual presidente da biennale de Veneza relembrou seus grandes feitos em nota à imprensa após o falecimento do cineasta:

“A biennale está triste nesse dia em que Carlo Lizzani faleceu. (…) Ele sabia como renovar as energias do festival. Sabia como criar um bom núcleo de jovens estudantes e especialistas que mais tarde fariam sucesso. O cinema italiano deve muito a Lizzani.

Além de Baratta, o próprio presidente da Itália, Giorgio Napolitano, mostrou suas condolências ao cineasta, ressaltando suas contibuições ao cinema, as outras artes e ao desenvolvimento político do páis.

Aos 91 anos, Lizzani escolheu o mesmo fim de seu amigo Mario Monicelli, também cineasta, que atirou-se da janela de uma sala do Hospital San Giovanni, em Roma, onde estava sob tratamento de um câncer na próstata, em 29 de novembro de 2010. A agência de notícias RAI e a ANSA reportaram que o cineasta faleceu neste sábado, 5, após atirar-se da varanda de sua casa em Roma, a três andares do chão. As autoridades ainda estão a investigar o motivo do suicídio.

Confira trailer de Os Amantes de Florença.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Veja cena de Arroz Amargo, de Giuseppe de Santis, com Silvana Mangano, no início de sua carreira, Vittorio Gassman, Doris Dowling e Raf Vallone.

 

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